Importância dos dados na saúde dos funcionários

A Revolução do Bem-Estar: Será Que os Dados Podem Resolver o Problema da Saúde?

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Visão Geral

Com as descobertas e tecnologias médicas avançando rapidamente, alguns analistas preveem que logo todos nós viveremos além dos nossos aniversários de 100 anos. Mas uma vida mais longa nem sempre significa uma ótima saúde. Por exemplo, dados da União Europeia mostram que o número médio de anos que se espera que alguém continue a viver em condições saudáveis ao nascer é cerca de 80% da expectativa de vida total.

Uma vida mais longa não necessariamente indica que a qualidade de vida será a ideal. “Quando falamos de saúde e bem-estar, a qualidade de vida é igualmente, senão mais, importante que a longevidade,” diz Stephanie Pronk, Vice-Presidente Sênior de Transformação de Saúde da Aon nos Estados Unidos.

Pronk destaca que a tecnologia de saúde – principalmente a chamada mHealth (mobile health, ou saúde móvel), que inclui rastreadores móveis e aplicativos que podem ser convenientemente acessados em dispositivos móveis – se mostra promissora em melhorar a qualidade de vida mundial através da promoção de estilos de vida mais saudáveis.

“A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa na hora de ajudar um indivíduo a gerenciar sua própria saúde e bem-estar,” reforça Peter Ohnemus, Presidente da Plataforma Online de Saúde dacadoo. “Por exemplo, aplicativos móveis podem monitorar diversos pontos de informação, que vão desde a quantidade de passos dados até o aumento dos batimentos cardíacos. Combinados com técnicas motivacionais e características colaborativas, esse tipo de tecnologia pode funcionar como um treinador de saúde de pessoas que não só monitora o progresso, mas também mantém seus usuários engajados e responsáveis.”

E por mais que a saúde seja pessoal, o papel do empregador ainda é crucial. “A informação agregada que pode ser extraída e analisada pode ajudar empregadores a ajustar e focar programas de bem-estar para os funcionários para criar ambientes de trabalho ainda mais saudáveis e produtivos e gerenciar custos relacionados à saúde,” afirma John Zern, CEO da Aon Soluções em Saúde.

Dispositivos mHealth e tecnologias avançadas de informação, como inteligência artificial e aprendizagem de máquina, estão facilitando essas iniciativas personalizadas de bem-estar. Como resultado, empregadores têm acesso a mais informações que, quando analisadas em escala, podem ajudar a melhorar o design desses programas e encorajar decisões mais saudáveis em suas populações de funcionários. 

Será que o caminho para resolver os desafios mundiais de saúde está no uso mais avançado de dados e análises?


Análise

Os custos de cuidados de saúde continuam a aumentar mais rápido do que as taxas bases da inflação. O Relatório de Tendências Globais dos Custos de Saúde 2019, feito pela Aon, demonstra que a inflação médica está em uma média de 7,8% mundialmente.

Ao mesmo tempo, estamos vivendo mais. A expectativa de vida aumentou em todas as regiões desde o início do século. Dados estatísticos também demonstram que, conforme a duração das vidas aumentam, as populações estão ficando menos saudáveis, enfrentando inseguranças econômicas e sofrendo mais estresse.

Crescimento da expectativa de vida da população

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 70% das mortes no mundo todo são resultados de doenças incomunicáveis (como câncer, derrame, diabetes e problemas no coração e pulmão). Enquanto isso, problemas de saúde mental também são imensamente custosos: uma produtividade menor devido à depressão e ansiedade projeta uma perda anual de cerca de 1 trilhão de dólares na economia global. “Seja através de mudanças na dieta, ou diminuindo os níveis de estresse – incluindo estresse causado por preocupações com finanças pessoais – a maioria dos grandes problemas de saúde da sociedade pode ser prevenida,” afirma Jim Winkler,Chefe Global de Inovação em Soluções de Saúde da Aon.

Para os empregadores, a má condição de saúde de seus funcionários pode aumentar o presenteísmo no trabalho quando doente ou o absenteísmo por doenças, custos elevados de planos de saúde, problemas financeiros e desengajamento geral. “Ajudar as pessoas a mudarem seus comportamentos é fundamental para melhorar suas condições gerais de saúde,” afirma Winkler.

Mudança de hábito dos colaboradores

COLABORADORES RECORREM À TECNOLOGIA E AOS DADOS PARA MELHORAREM SUA SAÚDE

Para promover melhores escolhas de saúde, um número crescente de empregadores estão adotando programas de bem-estar para seus funcionários. No Relatório de Tendências Globais dos Custos de Saúde 2019, 84% das respostas apontou programas de bem-estar como as melhores iniciativas. A combinação de tecnologia de saúde e informação pode ser um fator crucial nessas iniciativas.

Informações obtidas através dessa tecnologia contribuem para um enorme novo mercado. O big data nos cuidados com a saúde valia mais de 11 bilhões de dólares em 2018 – e tem o potencial de passar por um crescimento de dois dígitos até 2025 conforme os indivíduos se tornam cada vez mais confortáveis com dispositivos wearables, sistemas de testes em casa e aplicativos de mHealth. Enquanto isso, o mercado global de mHealth espera um crescimento de mais de 150 bilhões de dólares até 2025.

Uma vasta gama de organizações, de governos a planos de saúde privados, estão lançando testes-piloto para compreender melhor como essa tecnologia pode aumentar a saúde de um modo geral. Na China, por exemplo, startups de tecnologia fecharam parcerias com autoridades governamentais para melhorar o acesso a saúde em suas áreas mais rurais. Nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison estão usando wearables para reunir dados para identificar os fatores que causam fadiga e estresse em enfermeiras. E o Conselho de Bem-Estar da América incentiva o uso de dados para complementar a concepção, adaptação, promoção e avaliação de programas de bem-estar e divulgação. 

Em outro sinal que a informação e tecnologia em saúde está se tornando um bom negócio, Haven – a joint venture de cuidados de saúde da Amazon, Berkshine Hathaway e JPMorgan –  anunciou que pretende aumentar a saúde da combinação dos mais de 1,2 milhões de empregados das empresas. A busca da Haven por um cientista de dados será a primeira contratação desse tipo no departamento de benefícios da Amazon: um possível reconhecimento da desconexão a saúde em declínio, apesar dos custos crescentes.

TRANSFORMANDO OS INSIGHTS DA mHEALTH EM AÇÃO

Reconhecer a importância de dados e análises no bem-estar é apenas uma parte da batalha. As organizações também precisam encontrar maneiras eficientes de coletar esses dados dos aplicativos de mHealth e converter as descobertas em resultados significativos. Aplicativos que combinam os elementos de aptidão física, emocional e financeira serão particularmente úteis na promoção do bem-estar.

“A capacidade de coletar e agregar dados anonimamente junto com recursos de análise permitirá uma compreensão mais profunda do que os empregadores e seus funcionários precisam para se manterem saudáveis e prosperarem,” diz Matthew Lawrence, CBO de Soluções em Saúde da EMEA na Aon.

Coleta de dados na saúde dos colaboradores

Adicionalmente, a mHealth permite que empregadores combinem modelos de mudança de estilo de vida em seus programas de bem-estar – ajudando a reduzir riscos, gerenciar custos e aumentar a performance.

“As plataformas digitais podem oferecer aos funcionários treinamento individual de bem-estar e permitir que eles acompanhem seu progresso e desencadeiem mudanças de comportamento,” afirma Ohnemus, da decadoo.

GANHANDO INSIGHTS EM SAÚDE E BEM-ESTAR, ENTREGANDO SOLUÇÕES PERSONALIZADAS USANDO TECNOLOGIA

Um programa bem sucedido de mHealth deve funcionar em dois níveis principais – o organizacional e o individual.

“Qualquer iniciativa de mHealth deve ser baseada não só em um vasto entendimento dos fatores afetando a saúde dos funcionários, mas também deve atender às necessidades únicas dos trabalhadores individuais: saúde e bem-estar financeiros, emocionais, sociais e físicos,” diz Pronk, da Aon. Adicionalmente, “as organizações devem apoiar o contexto de como o bem-estar é oferecido e garantir que o meio ambiente e a cultura de trabalho o apoiem também”, afirma Pronk.

Importância do bem-estar no trabalho

As informações e análises fornecidas pelas mHealth também podem funcionar em um nível organizacional e pessoal, dando aos funcionários insights extensivos necessários para criar programas de bem-estar abrangentes enquanto também entregam recomendações de bem-estar personalizadas para funcionários individuais, aumentando seu engajamento, explica Amanda Mercep, Chefe de Soluções em Bem-Estar da Aon no Norte da Ásia.

De fato, a implementação de um programa de bem-estar único e padronizado não é uma solução sustentável. No entanto, os dados podem desempenhar um papel crítico na criação de um. Como Pronk aponta, “quer seja a medição de um programa ou uma melhor compreensão dos desafios de saúde que as populações enfrentam, mais informações aumentam a probabilidade de sucesso – e isso melhora a saúde geral.”

*Este artigo foi adaptado do inglês