Saúde Digital: Como Personalizar o Cuidado com o Colaborador?
Visão Geral
Passos diários contados – ✔
Níveis de glicose – ✔
Acompanhamento do personal trainer – ✔
Dicas para acabar com o estresse – ✔
Desde fazer compras até pedir carona, com um clique ou um toque na tela, a tecnologia vem revolucionando o nosso dia a dia. Mas isso pode alterar a forma como lidamos com o declínio global da saúde?
Cada vez mais pessoas ao redor do mundo estão sofrendo com doenças crônicas relacionadas a estilos de vida pouco saudáveis - como diabetes e doenças cardíacas. E o declínio da saúde das populações está tendo um grande impacto: não apenas na qualidade de vida dos indivíduos, mas nos prêmios de saúde e na produtividade geral.
Stephanie Pronk, Vice-Presidente Sênior de Transformação de Saúde da Aon nos Estados Unidos, afirma: “não existe uma solução única para a saúde e o bem-estar. Tanto um indivíduo quanto um empregador devem analisar várias questões – emocional, financeira, física e social – para criarem abordagens holísticas que melhorem o bem-estar geral dos colaboradores.”
E como os programas de bem-estar continuam a crescer em popularidade, o que traz ainda mais força é a capacidade tecnológica de reunir esses elementos de saúde para fornecer um perfil mais completo sobre o bem-estar de um indivíduo.
A crise global de saúde poderia ser resolvida com tecnologia – especificamente, com soluções de saúde móvel (mHealth), que cobrem tudo, desde rastreadores de condicionamento físico até sensores biométricos. Esse mercado se desenvolveu significativamente nos últimos anos e deverá crescer ainda mais, com expectativas de valer mais de US$ 150 bilhões até 2025.
A tecnologia pode desempenhar um papel significativo na melhoria dos resultados de saúde. Ao mesmo tempo, as informações geradas a partir desses dispositivos pessoais também podem trazer outro benefício: métricas de performance dos dados relacionados à saúde para um indivíduo e sua organização.
Análise
De acordo com o Relatório de Tendências Globais dos Custos de Saúde 2019, feito pela Aon, os custos médicos estão crescendo globalmente a uma taxa anual de 7,8%. Em muitos países, esse índice é muito mais alto, superando até mesmo a taxa de inflação local em dois pontos percentuais. Entre as principais condições médicas responsáveis pelo aumento dos custos estão: doenças cardiovasculares, câncer, pressão alta e diabetes – sendo a maioria dessas controláveis através de mudanças no estilo de vida pessoal.
Esses fatores destacaram a importância de uma visão holística sobre bem-estar nas empresas, que agora precisam abordar fatores emocionais, financeiros e sociais – além dos físicos – para melhorar a saúde geral de um funcionário.
Aplicando soluções em saúde digital para promover o bem-estar dos colaboradores
Por mais que os programas de bem-estar tenham se concentrado apenas na saúde física, agora existe a consciência de que questões mais amplas, como doenças mentais, estresse financeiro e bem-estar social, também desempenham um papel importante na saúde de uma pessoa.
Existe também um reconhecimento de que as necessidades de cada indivíduo são únicas, de modo que os programas de bem-estar devem ser moldados de acordo com isso. Pensar mais inclusivamente sobre a saúde dos funcionários pode ser muito importante para oferecer cuidados mais personalizados e melhorar as consequências – neste cenário, o uso da saúde digital pode ser um começo.
Confira alguns exemplos de tecnologia mHealth:
Personalizando a Saúde: Dispositivos Portáteis e Aplicativos de Saúde
Os dispositivos portáteis e aplicativos de saúde darão às pessoas uma ampla visão sobre sua saúde e o impacto que as mudanças de estilo de vida podem ter no seu bem-estar. Enquanto isso, os dados coletados por meio de dispositivos e aplicativos de saúde digital podem permitir que os profissionais de saúde acompanhem os indivíduos e seus progressos em busca de uma vida mais saudável.
Melhorando os Resultados na Saúde: Lembretes Inteligentes e Porta-Comprimidos Digitais
As plataformas digitais podem fornecer aos colaboradores lembretes de saúde e dicas de bem-estar, ou até mesmo rastrear focos de doenças, como resfriados ou gripes. Já os porta-comprimidos digitais podem ajudar a controlar o uso dos medicamentos, garantindo que eles sejam tomados conforme prescrito e transmitindo esses dados aos responsáveis.
Aumentando o Acesso: Telessaúde
O uso de comunicações digitais para adquirir serviços de saúde remotamente permitirá que os indivíduos acessem e gerenciem melhor seus cuidados.
Tomando Decisões Baseadas Em Dados: Análise Preditiva
Analisar os dados de saúde dos colaboradores pode ajudar a determinar quais estão mais suscetíveis às doenças crônicas e quais poderiam se beneficiar de tratamentos aprimorados. Esses dados podem ser usados para moldar programas personalizados de bem-estar e ajudar a melhorar a satisfação dos pacientes com as orientações recebidas.
Na Europa, Oriente Médio e África, o bem-estar é prioridade, mas existe uma lacuna de dados
A Pesquisa de Saúde da EMEA, realizada em 2018 pela Aon, descobriu que os empregadores da região entendem claramente o impacto que o bem-estar dos colaboradores pode ter em seus negócios. Das empresas entrevistadas, 95% veem a correlação entre saúde e desempenho dos funcionários.
“A saúde e o bem-estar estão no topo da agenda de muitas empresas na região da EMEA”, afirma Matthew Lawrence, CBO de Saúde e Benefícios da Aon na Europa, Oriente Médio e África. “As organizações reconhecem cada vez mais o seu papel na tentativa de educar e melhorar os maus hábitos e estilos de vida das pessoas”.
A Pesquisa de Saúde da EMEA também revelou algumas desconexões significativas: apesar de reconhecerem a importância do bem-estar dos funcionários, apenas 40% dos empregadores entrevistados informaram ter uma estratégia de saúde definida. E somente poucos estão aproveitando os dados para moldar suas estratégias de saúde e bem-estar.
“Apenas 22% dos empregadores usam dados para informar sua estratégia”, explica Lawrence. “Mais empresas precisam desenvolver uma cultura orientada por dados em saúde e bem-estar. Uma abordagem orientada por dados para a estratégia de saúde pode render dividendos, em termos de apoio ao caso de investimento, implementando iniciativas direcionadas e medindo os resultados”.
Os programas de bem-estar da região da APAC podem aproveitar os consumidores mais experientes em tecnologia
O conceito de bem-estar está ganhando terreno em outras regiões. No estudo de Bem-Estar dos Colaborados da região Ásia-Pacífico de 2019, feito pela Aon, as empresas notaram um aumento do engajamento dos funcionários, melhora na produtividade, redução das faltas e aumento da atração de marcas e talentos como principais motivos para oferecer programas de bem-estar dos funcionários. Curiosamente, todos esses objetivos estão também vinculados a outras áreas, além dos custos com assistência médica.
“Identificar os objetivos é a etapa mais importante e, muitas vezes, subestimada na criação de programas de bem-estar para os colaboradores”, afirma o Dr. Amitabh Deka, Líder de Soluções em Bem-Estar da Aon no Sul da Ásia. “Os melhores programas de bem-estar se alinham diretamente com os objetivos da empresa”, explica Deka. “Ao conectar a saúde dos funcionários a uma grande meta de negócios, os líderes podem ajudar a construir o processo para o programa de bem-estar mais apropriado para seus funcionários”.
Os programas de detecção e promoção da saúde são os elementos mais comuns dos programas de bem-estar dos empregadores da Ásia-Pacífico. Os programas financeiros, mentais e de saúde das mulheres também recebem uma quantidade crescente de atenção.
A tecnologia também desempenha um papel importante nas iniciativas de bem-estar das empresas da APAC. “Desde o acesso à experiência do usuário até a análise, a tecnologia revolucionou a forma como os empregadores abordam os cuidados de saúde preventivos e o bem-estar, afirma Deka. “Mesmo que seja um dispositivo portátil e pessoal acompanhando as etapas de uma plataforma digital maior de bem-estar, a saúde digital pode proporcionar uma experiência envolvente para os colaboradores acompanharem seus esforços de saúde e bem-estar”.
Com mais da metade da população mundial vivendo na região da Ásia-Pacífico e algumas estimativas prevendo que o mercado de tecnologia médica da região deverá aumentar para cerca de US$ 133 bilhões por ano em 2020, o uso pessoal e empregatício da tecnologia pode disparar.
“Estamos vivendo em um momento em que estamos mais confiantes do que nunca com nossos dispositivos. Devemos esperar que as pessoas continuem a usar a tecnologia de maneiras mais significativas – desde o engajamento nas mídias sociais até o rastreamento e compartilhamento de saúde”, diz Amanda Mercep, Chefe de Soluções em Bem-Estar da Aon no Norte da Ásia. Mercep também vê que o aumento do uso pessoal de sensores relacionados à saúde e dispositivos wearables oferece ainda mais oportunidades para as iniciativas de bem-estar dos empregadores da APAC.
Visão holística de saúde e bem-estar: benefícios além da contenção de custos
“Seja ligado à produtividade da equipe ou às iniciativas de engajamento dos funcionários, os programas de bem-estar – quando bem feitos – podem impactar muito mais profundamente uma organização do que apenas reduzir seus custos”, afirma Jim Winkler, Chefe Global de Inovação em Soluções de Saúde da Aon. Quando parte de uma estratégia de saúde mais ampla, as empresas podem diminuir os fatores específicos de risco à saúde de seus colaboradores e ver ganhos de produtividade, maior atratividade, retenção e engajamento da equipe, ou até mesmo impulsionar a marca e a reputação da empresa.
“Abordar a saúde de forma holística e usar várias tecnologias para fazer isso pode resultar em funcionários mais satisfeitos e engajados”, explica Pronk. “E isso é bom para a saúde do negócio”.
*Este artigo foi adaptado do inglês