Gerenciamento da supply chain digital

Como Lidar com Pessoas e Riscos na Cadeia de Suprimentos Digital

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Visão Geral

Em 1974, o primeiro Código de Produto Universal (UPC), também popularmente conhecido como código de barras, foi colocado em uma pequena embalagem de chicletes Wrigley. Este código de barras foi responsável por revolucionar o relacionamento entre os fabricantes e distribuidores.

Hoje, as tecnologias digitais estão reformulando o comércio. Embora alguns distribuidores online já tenham construído fortunas a partir de suas inovações no gerenciamento de supply chain, outros como a Apple e a Netflix revolucionaram o entretenimento à medida que o conteúdo gravado vai direto do estúdio para os dispositivos de consumo.

Desde o primeiro código de barras até a supply chain digital, a logística evoluiu bastante. Algumas organizações nasceram nessa nova era, enquanto outras ainda estão aprendendo a se adaptar melhor a essa mudança. Seja competindo em uma nova indústria ou enfrentando interrupções por novas tecnologias, o que pode ser aprendido com os pioneiros em relação à mudança?


Análise

“Mudanças dentro das indústrias naturalmente criam incerteza e ansiedade sobre o futuro”, diz David Sult, Sócio-Administrador de Soluções em Consultoria Estratégica e Transações da Aon. Entender esse futuro e saber como abordá-lo é essencial.

As cadeias de suprimentos digitais já são a nova realidade empresarial de inúmeras verticais – ainda assim, como em qualquer tecnologia emergente ou nova maneira de trabalhar, é necessária uma transição suave, que possibilite a adaptação às novidades. “É importante ser capaz de pensar fora da caixa, já que essas situações quase sempre exigem capacidades, insights e modos de operação que estão fora da experiência da equipe de liderança existente”, diz Sult.

COMPREENDENDO OS RISCOS EMERGENTES

Seja navegando pelas novas regulamentações ou gerenciando os riscos emergentes, a mudança é inevitável, e a supply chain digital pode expor as organizações a novas áreas de risco. Por exemplo, à medida que as tecnologias são implantadas, novas vulnerabilidades surgem. “Cada novo dispositivo conectado é um novo ponto de ataque potencial, assim, a maior dependência da tecnologia para executar operações cria mais exposição cibernética”, explica Stephanie Snyder, Líder de Vendas de Seguros Cibernéticos da Aon.

Com mais pontos de acesso, que podem não ter sistemas de segurança complementares, “manter a segurança cibernética da cadeia de suprimentos inteira é uma questão séria. Afinal de contas, qualquer cadeia é apenas a resistência de seu elo mais fraco”, afirma Snyder.

Além disso, as ameaças possibilitadas pelas cadeias de suprimentos digitais estão cada vez mais impactando o mundo físico. Em um caso bem documentado, os piratas puderam embarcar em navios e, em vez de fazer reféns, foram capazes de identificar e roubar contêineres selecionados. Ao invadir bancos de dados digitais com informações comerciais de embarque, os piratas podiam determinar a localização precisa de certos itens a bordo do navio.

Os nós e módulos da Internet das Coisas – uma das principais tecnologias que impulsionam a supply chain digital – são pontos problematicamente notórios para os hackers. Muitos ficam com senhas de configuração de fábrica após terem sido instalados, o que aumenta a vulnerabilidade e os pontos de ataque em uma cadeia de suprimentos digital. Snyder enfatiza a necessidade de entender verdadeiramente a tecnologia, “é vital poder compreender as tecnologias e suas vulnerabilidades no centro da supply chain digital”.

Conforme mais organizações aderem às cadeias de suprimentos digitais, a padronização de práticas operacionais e de tecnologia deve ser essencial para os planos. As empresas agora armazenam grandes quantidades de dados sobre suas operações. Esse nível de dados disponível por meio de uma supply chain digital é inédito, mas poucas empresas têm plataformas adequadas para agregar e gerenciar esses dados, produzir insights importantes ou evitar o surgimento de novas ineficiências. Determinar uma estratégia para gerenciar a complexidade dos dados e padronizá-la de acordo com os objetivos de negócio é fundamental para gerenciar o desafio integrado que a segurança cibernética representa.

GERENCIANDO A TRANSFORMAÇÃO: 5 PASSOS ESSENCIAIS

Desde abordar os riscos emergentes, como cyber, ou adaptar-se às mudanças na estratégia de negócios, conforme as indústrias passam por transições, as organizações devem priorizar a comunicação bidirecional com todas as partes interessadas. Sult aconselha: “tenha cuidado para identificar e entender todos os stakeholders, internos e externos, saiba como a mudança irá impactá-los e desenvolva ações para atender às necessidades específicas de cada grupo relacionado.” Não envolver, por exemplo, stakeholders externos ao estabelecer os padrões de tecnologia, pode trazer sérias vulnerabilidades às cadeias de suprimentos.

Mover uma empresa inteira – ou, conforme o caso, uma cadeia inteira de negócios interconectados – para uma cadeia de suprimentos digital é uma grande mudança organizacional. Por isso, Sult aponta cinco pontos importantes – que todas as organizações que passam por mudanças em larga escala provavelmente experimentarão – e perguntas a serem feitas para verificar o progresso:

  1. Determine e documente uma visão clara do futuro da organização… para onde esta mudança nos levará?
  2. Desenvolva um roteiro claro que indique a trajetória da mudança … como chegaremos lá?
  3. Forneça recursos adequados para efetivamente executar o roteiro… qual é o meu papel na mudança?
  4. Conceda comunicados oportunos e contínuos com participação ativa dos líderes … como estamos indo?
  5. Assegure a responsabilidade para conduzir novas iniciativas e acompanhar o progresso em um ritmo ágil… estamos atingindo nossas metas?

Estas etapas podem parecer simples, mas transformar insights específicos em uma estratégia de mudança organizacional requer uma forte equipe de liderança. Os líderes devem ser “ativos e visíveis”, explica Sult, “além de se expor a questões que talvez ainda não tenham respostas e designar gerentes e funcionários para ajudar no desenvolvimento das soluções”.

QUANDO A MUDANÇA É INEVITÁVEL

As organizações não ficam paradas – elas estão crescendo e avançando, ou encolhendo e retrocedendo. No caso da tecnologia, a mudança está sendo imposta às organizações e as soluções exigem novas e diferentes abordagens.

O gerenciamento eficaz de mudanças é um processo conduzido pela liderança e, como em qualquer processo de gerenciamento de mudanças, a comunicação é vital. Sult aconselha: “antes de tomar qualquer ação ou iniciativa dentro de um departamento, primeiro avalie o impacto em toda a organização e, em seguida, priorize as medidas a serem tomadas.” Durante os tempos de mudança, um papel importante da liderança é desenvolver e comunicar a visão, estratégia e planos para lidar com a mudança.

*Este artigo foi adaptado do inglês