Desastres Naturais: Como Lidar Com os Riscos?
Visão Geral
Desastres naturais são fenômenos que fazem parte da geodinâmica terrestre, representando a mudança de ciclo da Terra. Por mais que a tecnologia esteja avançando, muitas catástrofes são imprevisíveis e acabam trazendo consequências devastáveis para o ser humano, a comunidade e a economia do país.
De acordo com o Relatório Anual de Análise de Clima e Catástrofes, os desastres têm aumentado de maneira significativa nos últimos anos. Em 2017, ocorreram 330 catástrofes naturais no mundo, sendo que 97% delas foram causadas por mudanças climáticas.
Estima-se que tudo isso tenha gerado um prejuízo financeiro de, aproximadamente, US$ 353 bilhões, valor 93% maior do que a média entre os anos de 2000 e 2016.
Análise
Causas dos desastres naturais
A atividade humana, que altera o meio ambiente em busca do benefício próprio, ocasiona inúmeros problemas, como a poluição, os assentamentos em zonas inapropriadas e o desmatamento.
Com isso, o planeta está cada vez mais suscetível e predisposto a sofrer com as ações do aquecimento global e do efeito estufa, resultando no desequilíbrio da natureza e, consequentemente, no aumento dos desastres naturais.
Locais com grande densidade demográfica e vulnerabilidades econômicas, sociais ou políticas também têm mais chances de pressionar o meio ambiente para alteração do uso do solo e de sofrer as consequências com maior intensidade.
Ameaças de desastres naturais no Brasil
Por conta das mudanças climáticas, o Brasil é um dos países que têm apresentado um aumento no número de desastres naturais nos últimos anos. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas no Brasil), em média, 335 episódios foram registrados anualmente entre 2005 e 2014, um aumento de 14% entre o período de 1995 – 2004. Mas você sabe quais são os tipos de desastres que realmente podem ameaçar os brasileiros? Confira os principais, de acordo com Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden):
- Deslizamento de terra
Movimentos de descida de solos e rochas sob o efeito da gravidade, que podem ser potencializados pelo efeito da água. As chuvas intensas e as atividades humanas, como depósitos de lixo e modificação na drenagem são as principais causas para a formação desse processo, principalmente quando os locais não têm infraestrutura adequada.
- Enxurrada
Provocadas por chuvas intensas e concentradas, normalmente em relevos acidentados, as enxurradas são caracterizadas pela elevação súbita das vazões da drenagem e transbordamento brusco das calhas fluviais. Entre as principais consequências estão: arrastar veículos e pessoas por vários quilômetros, arrancar árvores, destruir edificações e causar corrida de massa.
- Inundação
Inundação é quando ocorre o transbordamento gradual, geralmente ocasionado por chuvas distribuídas e de alto volume acumulado. Somados aos assentamentos urbanos e a falta de infraestrutura dos locais, o aumento da vazão e a velocidade da onda de inundação constituem um grande risco para a população.
- Secas
A seca é um dos principais fenômenos ocasionados pelas mudanças climáticas e, geralmente, está associada a grandes perdas econômicas e sociais. Muito comum na região nordeste, as secas são caracterizadas por longos períodos sem pluviosidade, em que a perda da umidade do solo é superior à sua reposição. Sendo assim, diversas plantações e rebanhos são afetados, resultando em prejuízos para diversos setores e para a econômica da região.
Catástrofes naturais no Brasil
Por mais que o Brasil não sofra com tsunamis ou terremotos de grandes proporções, todo ano o país também enfrenta catástrofes naturais, que causam enormes prejuízos econômicos e, principalmente, a morte de milhares de pessoas.
Alguns desses episódios ficam marcados para sempre na vida da população, que busca alternativas para se reconstruir e superar as dificuldades de cada região. Conheça alguns dos desastres que vão ficar marcados:
- Secas na região nordeste
Resultado da falta de chuvas e das temperaturas elevadas, a seca atinge, principalmente, a região do nordeste brasileiro. Alguns fatores como a temperatura do mar do Atlântico Sul e o El Niño favorecem a ocorrência dos desastres. Ao todo, já foram contabilizados mais de 84 períodos de estiagem prolongada, sendo o principal deles, a Grande Seca, ocorrida em 1877 e que deixou mais de meio milhão de mortos e inúmeras plantações devastadas.
- Chuvas na região serrana do Rio de Janeiro
Em janeiro de 2011, devido ao elevado nível e intensidade das chuvas, uma série de deslizamentos e enxurradas destruiu casas e indústrias na região serrana do Rio de Janeiro. Foi contabilizado um prejuízo de, aproximadamente, R$ 150 milhões.
- Rompimento da barragem de Mariana
Em novembro de 2015, o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) provocou a liberação de uma onda de lama de mais de dez metros de altura, contendo cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos.
Como se prevenir das catástrofes naturais?
Por mais que os desastres ambientais não possam ser evitados existe uma conscientização a ser feita para que as consequências não tragam tantos prejuízos para a economia e para as comunidades.
“Cada vez mais, as empresas e as pessoas estão expostas a graves riscos em áreas vulneráveis a desastres naturais. Os cenários climáticos estão se tornando mais voláteis e isso nos obriga a identificar maneiras de despertar a consciência sobre o tema, melhorando a comunicação e aprimorando as ferramentas de proteção. Nós sabemos que os desastres naturais irão ocorrer, a questão é o quanto estaremos preparados quando o próximo grande evento nos atingir”, comenta Yves Lima, diretor de Resseguros da Aon Brasil.
Graças aos seguros contra riscos climáticos, cerca de US$ 134 bilhões foram segurados no ano passado, valor 139% maior que em 2016. Isso significa que a conscientização das empresas para a prevenção de prejuízos está crescendo e que a recuperação das empresas e áreas afetadas vai ser cada vez mais acelerado.
Para Yves Lima, “o alto custo dos desastres naturais em 2017 serviu para lembrar que os indivíduos e as organizações enfrentam níveis crescentes de riscos climáticos”.
Fontes
Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais
Aon Brasil – Análises de Clima e Catástrofes 2018