Crescimento da infratech

Da Planta à Inauguração: Como a Infratech se tornou essencial para a Construção Civil

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Visão Geral

Nossos edifícios, estradas e sistemas de transporte público estão rapidamente evoluindo para mais do que tijolos e argamassa, aço, vidro e concreto. A conectividade da Internet, aliada à capacidade cada vez maior de coleta e análise dados, está descobrindo sua função dentro do setor de construção. Como resultado, viveremos e trabalharemos em estruturas consideradas conscientes e cidades inteligentes.

Chamados de “constructech”, os dramáticos avanços em tecnologia estão emergindo rapidamente no setor de construção, transformando as estruturas físicas em sistemas de coleta de dados. Uma vez que a estrutura é construída, a tecnologia usada na fase de operações – “proptech” – está pronta para revolucionar a forma como a infraestrutura e outros ativos físicos são gerenciados e operados.

Construções inteligentes, como os sistemas de aquecedor e ar condicionado conectados à Internet, são projetados para funcionar com eficiência máxima, com base na hora do dia ou nos cômodos que estão em uso. Elevadores inteligentes, sistemas de ventilação ou outros equipamentos de construção podem emitir um alerta sempre que a manutenção for necessária – economizando assim os custos de reparo e substituição. E os sistemas com sensores podem detectar problemas de segurança no canteiro de obras, protegendo os trabalhadores enquanto os edifícios são erguidos. Essa digitalização de ativos físicos é considerada parte do que chamamos de “Quarta Revolução Industrial”. No centro dessa revolução estão inovações em áreas como robótica, inteligência artificial e a Internet das Coisas (IoT).

Edifícios e infraestrutura inteligentes evoluirão para cidades inteligentes, reduzindo os custos de construção e operação, e até mesmo ajudando a controlar as mudanças climáticas. Essa nova tecnologia pode ser usada de várias maneiras: edifícios inteligentes podem oferecer residências e escritórios mais eficientes em termos de energia; semáforos inteligentes poderiam reduzir o caos no trânsito, ajustando-se aos fluxos e congestionamentos; e sensores em pontes, estradas e outras infraestruturas públicas poderiam alertar quando a manutenção fosse necessária antes que o desgaste ficasse aparente. E na parte externa das estruturas cotidianas, como os edifícios e rodovias, as evoluções tecnológicas com refinarias e usinas poderiam mudar a indústria de óleo e gás como um todo.

Geoff Heekin, Presidente do Grupo de Construção e Infraestrutura da Aon, observa o crescimento da Infratech – o uso da tecnologia por mais fases da vida útil de um ativo – tanto na fase de construção como na fase operacional. “O crescimento das populações e da urbanização estão aumentando a pressão para empregar tecnologia e fornecer melhores infraestruturas”, afirma. A oportunidade que ele aponta é uma combinação de eficiências e retorno geral do investimento, beneficiando igualmente os proprietários dos ativos e o público.

Crescimento populacional e infraestruturas mais eficientes


Análise

A ascensão da Infratech não é coisa do futuro. “Já está acontecendo e vai acelerar ainda mais nos próximos 10 anos”, atesta David Bowcott, Diretor Global de Crescimento, Inovação e Insights do Grupo de Construção e Infraestrutura da Aon. Ao final das contas, essa aplicação da tecnologia aos nossos edifícios e infraestrutura criará uma conexão perfeita entre as estruturas e as pessoas que as ocupam e gerenciam, explica ele.

Usando essa nova tecnologia, os sensores irão conectar edifícios, estradas, sistemas hídricos, pontes e outras infraestruturas, proporcionando dados que permitirão que as construções sejam mais eficientes, controlando o uso e os custos com energia e introduzindo produtividade e segurança às operações. Reconhecendo a tendência, algumas grandes empresas de tecnologia já estão fazendo investimentos significativos em tecnologia de construção inteligente.

“O que está acontecendo é que essas estruturas físicas, mesmo em seus primórdios na fase de construção, estão se tornando mais conscientes”, explica Bowcott.

Para o setor de construção, a nova tecnologia pode levar ao aumento da produtividade, melhoria da segurança do local de trabalho e melhor controle de qualidade do projeto.

INFRATECH: DIGITALIZANDO A INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO

“A habilidade de combinar dados de múltiplas fontes é decisiva quando nós observamos segurança, produtividade e retornos sobre o investimento”, complementa Bowcott.

Abaixo estão alguns exemplos dessas soluções tecnológicas:

Tecnologia infratech no setor de construção

A indústria de construção civil está muito atrás da maioria das outras indústrias em relação à digitalização, ficando logo acima de agricultura e de caça, de acordo com um estudo feito pelo McKinsey Global Institute. Mas a indústria está fazendo rápidos avanços para empregar soluções tecnológicas, melhorando a eficiência e reduzindo os custos.

Os desafios na indústria de construção e infraestrutura inspiraram a criação de uma série de startups que oferecem soluções para ajudar as empresas a modernizar suas operações, melhorar a produtividade e reduzir os riscos. Em 2008, as empresas de capital de risco investiram apenas US$ 4,5 milhões em dois acordos de construção tecnológica. Em 2017, eles investiram US$ 538 milhões em 40 acordos.

AUMENTANDO A PRODUTIVIDADE E O RETORNO DO INVESTIMENTO

O custo de operar um edifício é, em geral, de 80% a 90% do custo total de propriedade do ativo, afirma Bowcott. Se a tecnologia Infratech puder reduzir esses custos operacionais em 10%, o impacto no resultado final pode ser significativo para o proprietário.

“Pagar um pouco mais na construção para incluir essas tecnologias, ao final das contas, é uma questão de pensamento a longo prazo, e não a curto prazo”, complementa Bowcott.

O interesse dos desenvolvedores e proprietários nesses tipos de construções inteligentes também é impulsionado pelas exigências de seus clientes e inquilinos dependentes de tecnologia, que esperam edifícios conectados e sistemas de energia inteligentes e eficientes.

Investimento para construções tecnológicas

TRAZENDO O MUNDO FÍSICO PARA O DIGITAL

Infelizmente, a tecnologia Infratech não está isenta aos riscos. Estruturas conectadas e sistemas de construção são potencialmente vulneráveis aos ataques cibernéticos, com a confiança na IoT (Internet das Coisas) aumentando a exposição. A gestão adequada dos riscos cibernéticos será essencial. Há também riscos associados a falhas na manutenção adequada dos sistemas inteligentes, portanto, os protocolos e prazos de manutenção devem estar em vigor.

No entanto, a aplicação da tecnologia na construção e gestão de edifícios é inevitável, principalmente pela promessa de menores custos, aumento da eficiência e produtividade, melhorias de segurança, benefícios ambientais e melhor qualidade de vida para aqueles que utilizam as diversas instalações.

Empresas de design, empreiteiras e proprietários reconhecem os benefícios potenciais da Infratech e estão buscando rapidamente aumentar sua adoção. Ao mesmo tempo, as empresas de tecnologia – tanto as consagradas quanto as startups – identificaram a demanda por soluções tecnológicas no espaço físico e as estão entregando em um bom ritmo. Para aqueles que vivem ou trabalham nos edifícios, dirigem nas estradas ou dependem de outras infraestruturas, o resultado pode ser instalações de qualidade a baixo custo, gerando melhor qualidade de vida e menor consumo de energia.

Chegou a era da Infratech e, com ela, a crescente digitalização dos ativos físicos.

*Este artigo foi traduzido do inglês