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COVID-19: COMO A PANDEMIA AFETA A ECONOMIA AUTÔNOMA OU POR DEMANDA

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VISÃO GERAL

O impacto econômico da pandemia de coronavírus (COVID-19) é sentido juntamente com o impacto humano. Muitas empresas foram forçadas a interromper ou restringir severamente suas operações, o que tem um efeito negativo no mercado de trabalho. Os mais afetados incluem trabalhadores autônomos ou por demanda, e as empresas de economia digital – que empregam muitos deles.

O isolamento social reduz o que gastamos em serviços de economia digital, enquanto começamos a contratar outros prestadores.

“Houve um declínio impressionante no uso de muitas plataformas dedicadas à economia digital”, diz César Mariozzi, líder de Soluções em Crédito da Aon Brasil. “Ficar em casa significa que menos pessoas viajaram, alugaram propriedades de férias ou contrataram passeadores de cães. No entanto, as plataformas de serviços delivery prosperaram. Supermercados, comida pronta e entrega de encomendas registraram aumento”.

Para muitos que trabalham com esse tipo de economia sazonal e enfrentam medidas de isolamento para controlar a propagação da pandemia, a escolha é difícil: perder renda ou correr o risco de ficar exposto à doença e/ou espalhar o vírus.

Para as empresas da economia por demanda, o desafio contra a pandemia é dividido em três, de acordo com Mariozzi. Eles devem se concentrar em proteger os negócios, enquanto protegem o fornecimento, os trabalhadores que prestam seus serviços e a demanda aos seus clientes. Quando a crise terminar, é provável que a experiência e as medidas que tomamos para resolvê-la mudem para sempre a maneira como trabalhamos, consumimos e vivemos.

 

EM PROFUNDIDADE

 A pandemia atual é uma crise muito diferente daquela que muitas empresas de economia digital se prepararam. “Na maioria dos casos, os planos de contingência para desastres ou catástrofes não podem ser aplicados aqui”, diz Mariozzi. “Portanto, tivemos que repensar como lidar com os novos desafios, envolvendo todos os trabalhadores”.

 

OS AUTÔNOMOS NA AMÉRICA LATINA

 Como contratados independentes, e não funcionários, os freelancers carecem de muitas proteções oferecidas aos funcionários e foram bastante afetados pelas consequências econômicas da pandemia.

Pacotes de resgate em países como Espanha, Reino Unido e Estados Unidos incluíram ajuda para trabalhadores autônomos ou sob demanda. Na América Latina, com o grande impacto dessa economia, também houve planos para ajudá-los. No Brasil, o Governo Federal aprovou um auxílio emergencial para esse grupo.

No Chile, o governo propôs uma lei de proteção de renda para que os colaboradores que não pudessem trabalhar remotamente suspendessem suas atividades e continuassem a receber salário, pago pelo Fundo de Desemprego.

No México, o governo federal anunciou um plano de ajuda com empréstimos de 25 mil pesos mexicanos para pequenas e médias empresas (PMEs) e comércio informal, com prazo de pagamento de até três anos.

Na Colômbia, o Grupo Éxito anticipou os salários a 867 pequenos e médios fornecedores para aliviar suas dificuldades com fluxo de caixa e ajudar na conservação do emprego.

O governo do Peru disponibilizou, por meio do Fundo de Suporte para PMEs, US$ 85 milhões para evitar a interrupção de pagamentos.

 

DEMANDA CRESCENTE DE ALGUMAS PLATAFORMAS

Existem algumas plataformas de economia digital que tiveram crescimento durante a pandemia. A plataforma de comércio eletrônico Mercado Livre, por exemplo, ganhou 5 milhões de novos clientes no Brasil durante a pandemia.

Na Argentina, fábricas e lojas isentas do cumprimento da quarentena obrigatória tiveram que redobrar sua força de trabalho. Entre os cargos mais solicitados estavam caixa de supermercado, repositórios, operadores de fábricas de alimentos ou de higiene pessoal e entregadores. Além disso, houve uma demanda incomum de enfermeiros para controlar a entrada de clientes e evitar possíveis infecções.

Alguns trabalhadores que não puderam fazer isolamento ou distanciamento social ameaçaram fazer greve no Peru, Chile, Argentina, Costa Rica, Equador e México, com reivindicações como: salário mínimo, equipamento sanitário adequado para longas horas de trabalho, benefícios de pensão e assistência médica, demissões por justa causa e boas condições de trabalho.


A RESPOSTA PARA A PANDEMIA PODE MUDAR O FUTURO

Quando a crise passar, provavelmente muitos aspectos das nossas vidas terão mudado. À medida que os negócios se recuperarem, as empresas de economia digital provavelmente se beneficiarão de sua capacidade de serem mais flexíveis do que outros setores em certos aspectos, diz Mariozzi. “Acho que essa experiência ensinou às empresas de economia digital onde estão seus pontos de articulação naturais e que tipo de outras empresas eles poderiam se tornar se seu papel principal fosse comprometido de alguma forma”.

Também é provável que a experiência aumente o interesse das empresas de economia digital em fornecer algum tipo de rede de segurança para seus trabalhadores.

A crise também pode intensificar o interesse dos investidores nos resultados financeiros das empresas de economia digital, tornando-as cada vez mais cautelosas quanto às estratégias de start-ups que favorecem o aumento da escala antes da lucratividade.

“Esta é uma nova atitude”, diz o executivo. “Começamos a ver plataformas saindo de certos mercados se elas não são lucrativas. É uma grande mudança da abordagem tradicional para escalar  todos os custos”.

 

PARA A ECONOMIA DIGITAL, COVID-19 EXIGE UMA AMPLA RESPOSTA

 Para empresas de economia digital e autônomos, o impacto da pandemia da COVID-19 demonstra a necessidade das organizações protegerem o negócio, seus fornecedores, prestadores de serviços e consumidores.

“Esta crise é uma força unificadora e dominante”, diz Mariozzi. “As equipes de segurança comercial e gerenciamento de riscos, que lidam com os aspectos de oferta e demanda, estão se unindo mais do que nunca para fornecer soluções. Estamos todos prontos para o desafio de maior agilidade, inovação e execução, para que esses modelos de negócios sejam perseverantes.”