Proteção da Propriedade Intelectual das Empresas

Você Sabe Quanto Vale a sua Propriedade Intelectual? É Provável que Não!

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Visão Geral

Basta você olhar para as mudanças no topo dos nossos índices de ações – incluindo o recente valor de mercado da Apple, que atingiu US$ 1 trilhão – para ver que houve uma mudança sísmica nas razões pelas quais uma empresa vale mais do que outras.

Em 2000, as 10 maiores empresas em valor de mercado no S&P 500 foram, respectivamente: General Electric, ExxonMobil, Pfizer, Citigroup, Cisco Systems, Wal-Mart, Microsoft, AIG, Merck e Intel. Hoje, as 10 maiores são: Apple, Microsoft, Amazon.com, Berkshire Hathaway Classe B, Johnson & Johnson, JPMorgan Chase, ExxonMobil, Facebook Classe A, Alphabet Classe C e Alphabet Classe A.

Em menos de duas décadas, as empresas de tecnologia dominaram o top 10 conforme os ativos intangíveis, como a propriedade intelectual (PI), substituíram os tangíveis como a principal fonte de valor corporativo. Hoje, mais de 84% – US$ 19 trilhões – do valor de mercado do S&P 500 é representado por ativos intangíveis.

No entanto, a maioria das empresas tem dificuldade em quantificar o valor de propriedade intelectual ou de possíveis alvos de fusões e aquisições (M&A).

As consequências de não entender completamente o valor da PI são significativas. Entre outras coisas, é difícil para as empresas protegerem o valor que sabem estar em seus balanços, mas que não conseguem identificar corretamente.

O roubo de propriedade intelectual também é uma ameaça muito real para as empresas, seja como resultado de espionagem industrial, ataques hackers ou realizado por funcionários da própria empresa. O roubo de dados é constante e o volume chega a ser impressionante. No entanto, o Relatório Global de Transferência de Risco Cibernético 2017, feito pela Aon e pelo Instituto Ponemon, destaca uma séria diferença entre os esforços das empresas para proteger os ativos cibernéticos e os ativos físicos – as empresas pesquisadas gastaram quatro vezes mais para segurar os ativos físicos, em relação aos cibernéticos.

Essa brecha na segurança é particularmente notável, dado que a perda potencial média para ativos de informação excedeu a de ativos físicos (imóveis, instalações e equipamentos), de US$ 979 milhões para US$ 770 milhões, de acordo com o relatório. Ao mesmo tempo, as empresas pesquisadas indicaram que sentiam que a perda de ativos de informação era mais provável de acontecer do que as perdas físicas.

Além disso, as empresas que falharam em valorizar adequadamente suas propriedades intelectuais enfrentam sérias e punitivas dificuldades quando confrontadas com ações de patente ou marca registrada, ou quando embarcam em uma transação de aquisição.

As lutas das empresas para entender o valor de sua propriedade intelectual também dificulta a proteção adequada desses ativos.


Análise

A tendência que faz da propriedade intelectual a principal fonte de valor de mercado teve seu início em meados da década de 1970, acelerando após a crise financeira de 2007-08 com o aumento da mobilidade, computação em nuvem, mídias sociais e outras tecnologias.

De acordo com Lewis Lee, CEO do Grupo de Soluções de Propriedade Intelectual da Aon, os mercados começaram a reconhecer a propriedade intelectual como uma classe de ativos em 2006, quando a fabricante do BlackBerry, Research in Motion, chegou a um acordo de US$ 612,5 milhões com a empresa detentora da patente, NTP, sobre a tecnologia usada para enviar e-mails para os telefones BlackBerry. Ainda havia uma desconexão na comunidade de negócios entre a existência da classe de ativos de propriedade intelectual e como valorizá-la.

A propriedade intelectual é difícil de quantificar, mas é cada vez mais valiosa. A necessidade de proteger o valor cada vez maior desses ativos intangíveis é significativa. Considere a questão dos “patent trolls” – empresas cujo único propósito é obter os direitos de patentes e lucrar por meio de licenciamento ou litígio. Mais de 10.000 empresas foram processadas pelo menos uma vez por uma empresa “patent trolls, e nos últimos 10 anos, os processos judiciais das “patent trolls” cresceram 500%.

Entender o valor da PI também é essencial quando se trata de fusões ou aquisições (M&A) de empresas. Uma história clássica de terror relacionada à propriedade intelectual é a de uma grande montadora que adquiriu uma conhecida fabricante de automóveis de luxo. Depois de fechar o negócio, a fabricante de automóveis adquirida aprendeu que, embora tenha adquirido todo o necessário para produzir os veículos de luxo, a única coisa que não conseguiu adquirir foi a marca registrada da fabricante de luxo, que foi vendida a uma empresa rival.

PERDENDO VALOR NA INCAPACIDADE DE AVALIAR

“Poucas empresas reconhecem o valor de sua propriedade intelectual, e tampouco asseguram uma estratégia de PI que se alinha a sua estratégia corporativa de longo prazo para maximizar esse valor”, explica Brian Hinman, CIO e Head da EMEA (Europa, Oriente Médio e África) para Soluções de Propriedade Intelectual da Aon. “O C-Suite muitas vezes não tem visibilidade do seu portfólio de PI, muito menos de seus concorrentes. Eles geralmente deixam isso para a sua Assessoria Jurídica, que geralmente deixa isso para a Assessoria Jurídica de Propriedade Intelectual, se existir”.

Valor da propriedade intelectual das empresas

As implicações da falta de avaliação precisa da propriedade intelectual podem ser reproduzidas em vários cenários. Entre eles:

  • Falta de alinhamento das estratégias de propriedade intelectual e de negócios

Embora muitas empresas façam um bom trabalho, focando nos aspectos legais de suas propriedades intelectuais, como o registro de uma patente, elas falham em reconhecer e maximizar o valor de seu portfólio de PI. Se uma empresa usa o número de suas patentes ao invés do crescimento no valor de suas propriedades intelectuais como uma métrica para sua inovação, essa empresa não só falhará em maximizar o valor da sua propriedade intelectual, como também não conseguirá alinhar suas estratégias de negócio.

  • Falha em entender o valor da propriedade intelectual

Uma nova empresa apareceu repentinamente no mercado de uma empresa já estabelecida. A startup, descobriu-se, foi fundada por um ex-funcionário descontente que levou a propriedade intelectual da antiga empresa com ele quando saiu. Quanto vale essa propriedade intelectual? Qual o valor que a empresa deve atribuir em litígios?

  • Incapacidade de valorizar a propriedade intelectual em fusões e aquisições

Uma empresa de tecnologia pode estar procurando uma aquisição no espaço de segurança da rede, mas com dezenas de alvos em potencial, qual é a melhor escolha? A capacidade de avaliar a propriedade intelectual de cada um dos alvos contribuiria significativamente para um acordo de sucesso. A empresa não apenas selecionaria o melhor alvo, mas também teria uma compreensão mais profunda da propriedade intelectual da empresa adquirida, permitindo-lhe integrar melhor esses ativos intangíveis à estratégia de negócios.

  • Não proteger adequadamente a propriedade intelectual

Talvez uma empresa reconheça o significado de sua propriedade intelectual o suficiente para querer assegurá-la. No entanto, se a empresa não conseguir quantificar o valor de sua propriedade intelectual, talvez não encontre uma solução satisfatória no mercado de seguros. “Dados e análises limitados disponíveis para a comunidade de subscrição significaram maiores retenções, deduções e requisitos de cosseguro para potenciais segurados, limitando o valor que o seguro pode trazer para o mundo da propriedade intelectual”, explica Eric Boyum, Diretor Administrativo da Indústria de Tecnologia e Comunicações da Aon. Ainda assim, Boyum observa: “a importância de gerenciar o valor e o risco da propriedade intelectual nunca foi maior”.

Dados e análises para propriedade intelectual

MEDINDO A PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA IMPULSIONAR E PROTEGER O VALOR

Como o valor dos ativos intangíveis continua em crescimento em comparação ao dos ativos físicos, torna-se cada vez mais importante que as empresas se aproveitem da propriedade intelectual.

Enquanto muitas empresas acham confuso colocar um preço em sua propriedade intelectual, existem ferramentas disponíveis no mercado que podem ajudar.

Empresas que medem com precisão o valor de seus portfólios de PI estarão melhor posicionadas para proteger esses ativos e alinhá-los à estratégia geral da empresa. “Não é apenas uma compreensão dos ativos essenciais para o negócio – mas é necessário se as empresas estão buscando fusões e aquisições”, afirma Lee.

Medir o valor de sua propriedade intelectual também pode ser uma vantagem competitiva e permitir que as empresas obtenham o máximo retorno de seus esforços em inovação. “Se olharmos para as principais empresas de hoje, está claro – você pode colocar um prêmio em inovação, e o desafio será como valorizá-lo da melhor forma.”

 Propriedade intelectual e esforços em inovação

*Este artigo foi traduzido do inglês